quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Sim, precisa!

Que necessidade é essa de se declarar?
Os sentimentos, vontades, alegrias e tristezas poderiam ficar guardadas em uma caixinha pulsante dentro do peito, mas não, fazemos questão de declarar e às vezes gritar e espernear, AINDA BEM!
Que coisa mais sem graça dormir com nó na garganta por não ter falado tudo aquilo tinha vontade, que falta de sensibilidade não dizer o quão arrependido estamos. Por que se bloquear se o clímax da história está na parte em que resolvemos nos permitir?
Não temos portas abertas, ninguém entra por acaso, pega uma cadeira e senta em volta da mesa aonde servimos nossa história, somos anfitriões e é nosso dever tratar muitíssimo bem os convidados e nossa obrigação sentir o maior prazer nisto, a ponto de esquecer que dever e obrigação são coisas que não rolam com espontaneidade.
Desejo mais respostas sem perguntas, desculpas adiantadas e cartas sem rasuras. Pelo esclarecimento de minhas próprias duvidas, faço questão de me declarar.


* E na entrevista de emprego perguntaram: “O que seus amigos acham sobre você?” , vi que tenho medo de ganhar um “nada” como resposta.
Pronto, expliquei mais esta.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Nem de botão

E todo mundo tem um lado tradicional, faço parte da massa feminina que não entendem absolutamente nada de futebol, juro que tento, mentira, não faço a minima questão, futebol, pra mim são apenas 45 minutos de coxas, (e que coxas, diga-se) onde sua única serventia é fazer com que a novela termine mais cedo e deixe a vida do Totó mais misteriosa. Sou uma corinthiana sofredora porque alguém me influenciou a isto, fico feliz quando o timão ganha, fato, porque assim posso mandar SMS para os amigos palmeirenses falando "CHUUUUUUPA", mas só, pois quando perde minha cabeça permanece aconchegada no travesseiro, antes era São Paulina, mas o uniforme mudou pra vermelho e achei que a cor não combinava muito comigo.
Meu sonho era entender um impedimento, acho ladainha quando os bandeirinhas anulam o gol argumentando que estava impedindo, na boa, isso não pode ser visto a olho nu, placar final, na minha opnião deveria ser dado apenas depois das analises do fantástico, computação gráfica é muito mais precisa e fascinante, mostra detalhes que acabam com o curriculo

do juiz e além disso deixam os jogadores com cara de playmobil 2.0, e o melhor, os comentários são breves, explicativos e você tem assunto no elevador por pelo menos 1 semana, depois disso volta a falar sobre a baixa umidade do ar.
Ja tentei jogar futebol, queria ser goleira, acho que goleiros cansam menos e se vestem melhor, mas quebrei o dedinho no primeiro treino, traumatizei e desisti.
Na copa do mundo até que fiz bonitinho, aprendi a falar que "a culpa é do Dunga", comprei camiseta amarela, chapéu, vuvuzela, apito, reco-reco e fui perceber só 15 minutos depois do final do jogo que o Brasil tinha sido eliminado, estava muito entretida com os brinquedos.
Os poucos entendidos de futebol tem 22,7% a mais de chance ficar com depressão, você faz ideia do que é pra "geração Y" ficar uma noite inteira sem assunto no twitter? Ver a galera xingando o Neymar e sentir dó daquele magrelinho tão gracinha? Sabe o que é ficar em casa porque todos estão se divertindo no bar dos amigos? Não é fácil, não mesmo, ainda mais quando no outro canal está passando reprise do VMB que te obriga ver o restart ganhando o prêmio do chachorro.
Tenho planos de um dia ir num estádio, assistir um jogo tranquilo e torcer para o time sem camisa.
Futebol é legal sim, mas eu prefiro Guitar Hero.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Que dure para sempre

Nada funciona perfeitamente o tempo todo, por isso inventaram o tal de "seja eterno enquanto dure". Tudo estava indo bem, andando na linha e na mais perfeita simetria, eu chegava em casa stressada e logo me esquecia de todos os problemas, confesso, não dei tanto valor, talvez pela sua disponibilidade, mas enfim, sofri com a dor da perda. Como de costume, deitei no sofá, tirei os sapatos, mas nada acontecia, parecia que não queria me obedecer, ou que estava jogando na cara o tanto que sou dependente dele, troquei as pilhas, inverti, em vão, ele realmente resolveu se impor e sumir para todo o sempre, confesso que deixou solidão e arrependimento pelas inúmeras quedas, mas logo passou, no final de semana o carteiro trouxe um controle virgem e a satisfação de antes se tornou pequena com as funcionalidades de agora.

Os canais mudam, os controles também.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Aleotário

E mesmo parando na faixa de pedestre e olhando os dois lados para atravessar você corre o risco de tropeçar no boeiro e morrer com a queda, ser atingido por uma bala perdida ou mordido pelo labrador do deficiente visual, mas se tiver muita sorte um avião pode te esmagar e matar além de você outras milhares de pessoas. Ta, sorte? sim, sorte, a empresa pode deixar sua família milionária, pode dar viagens grátis pelo resto da vida, pode pagar um tumulo bem maneiro com uma guitarra em cima ou com a estátua do Ronaldinho Gaúcho, enfim, é a chance do fracassado ter um final glamuroso, e não importa a ordem dos fatores, tendo brilho no resultado significa que alguma coisa valeu a pena. Se sua pedra não virou cristal swarovski faça tendência com a moda das cavernas.

Fale menos e cuspa mais.

sábado, 12 de junho de 2010

Recente passado

Gosto de ser surpreendida, mas não estava preparada pra tanto. Começou no domingo, quase que passou despercebido, na segunda já me rendeu um role de cadeira de rodas e um profenid na veia, terça encarnei a fortaleza, resisti com sorrisos o dia todo, quarta-feira desabei, hemograma, ultra sonografia, tomografia, endoscopia, colonoscopia, enfim, 8 dias de internação, ganhei frutas, ursinhos, perdi quilos e veias, fiz amizade com o hospital todo, chamava os enfermeiros por apelidos e contava piadas, esse contato ajudou no tratamento das minha crises, sou hiperativa, gritos, choros e socos na cama faziam parte dos meus dias. Nunca tinha ficado doente, o único remédio que fazia parte da minha vida era a dipirona e um paracetamol nos dias de gripe, acho que isso já justifica o medo que passei, foram 8 dias de noites claras, recebendo de 4 em 4 horas uma medicação diferente, sofrendo e rindo com as reações, tive ânsia, crise de riso, sono, agitação, moleza, visão turva, sem contar os dois sedativos que tomei e não me fizeram dormir, pelo contrario, contei minha vida toda e falei umas besteiras comprometedoras..
A sensibilidade chegou ao extremo, toda vez que o celular tocava eu chorava, mas pior eram as vezes que ele parava de tocar, como os minutos são longos naquele quarto branco e como uma palavra de carinho faz uma diferença enorme. Mudei meu ponto de vista sobre tudo, comida, natureza, amigos e programas de TV, juro que consegui ver lado com até na Palmirinha.
Existe Rafaela pós internação e se antes ela caia de cabeça hoje cai de corpo, alma e coração.

Parabéns querida pela ótima recuperação!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Pouts!

João?
-Não, muito comum.

José?
-Piorou, podem acabar ligando um sentido religioso com a parada.

Fábio?

-Legal, mas acho que precisa de um com mais silabas.

Woshington?
-Te mando agora ou mais tarde?

Roberto?
-Ah não, só por que é o nome do seu pai?

Bilu?
-OK, virou cachorro agora, né?

DESISTO, qual sua sugestão?

-Mariana, é menina, PORRA!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

mensonge

Majestoso Juan Carlos, lindo homem de cabelos claros. Campeão de xadrez, mas apaixonado por dominós.
Juan sempre fora um sedutor, desde pequeno presenteava professoras com origamis intencionado a ganhar carinhos breves na cabeça e agradecimentos cheio de sorrisos.
Sua mãe sempre o tratou como menina e isso fez com que ele entendesse muito das mulheres, tornava indispensável na vida de todas e logo às abandonava, seu primeiro beijo foi aos 19 anos, era uma linda vira latas de pelos amarelos que foi salva graças a sua respiração boca a boca, esta, ele nunca conseguiu largar, logo ele que tinha o poder de seduzir se entregou de corpo e alma. Aos 37 anos resolveu tirar carteira de motorista e comprou uma caminhonete verde onde carregava sua prancha de surf, mas ele não sabia surf ar, usava a prancha como mesa para fazer piqueniques.
Juan gostava de consertar óculos, andar com uma meia de cada cor e pentear os cabelos com o garfo, não gostava de brincar de passa anel, escovar os dentes com pasta colorida e pescar com isca artificial.
Sozinho, em casa ele se encontrava, lembrava que seu nome verdadeiro era Cícero, quem fazia os origamis era seu avô e que sua carteira de motorista foi comprada.
Pobre Juan, morreu aos 70 com nome de francês, mas era filho de Sebastião.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Me vê o troco em balas.

A não aceitação dos fatos desperta aquele sentimento que mexe com a adrenalina e o lado esquerdo do cérebro, encoraja e cega, os que não estão preparados para encarar eventual situação se agarra na pior ferramenta, porém de recompensa mais rápida, a vingança. Que graça tem você ver alguém passando pelo mesmo problema que você? Respondo: Toda graça do mundo! Você assiste de camarote uma história que já conhece o final, sabe que vai doer, porém, não em você, e a bola de neve nunca para de crescer, pois a ultima pessoa que foi alvo de vingança vai querer vingar outro e o outro.Vingança é uma moeda universal que dificilmente volta troco em seu pagamento, é uma maldade charmosa que trabalha com olhares expressivos, ironia e cinismo, não ligo falsidade as minhas vinganças, pois faço questão de que o outro saiba que foi proposital, afinal, não é o tipo de coisa que a gente apronta com a madre Teresa de Calcutá e sim, com aquele filho da puta que fez filho da putice com você. Não é maldade, é caso pensado, ao invés de correr o risco do outro reagir, você vai lá e da uma facada quando ele está dormindo. Ahahhaha , brinks.
A teoria da ação e reação precisa ser analisada para obter sucesso na conclusão da sua vingança, já que corre o risco de sair mais machucado em vingar do que na situação anterior, trabalhe com a idéia de fazer o outro pensar, se remoer e se arrepender do erro que cometeu, pois acredite culpa é pior do que arapuca (e isso foi uma das coisas mais cretinas que escrevi). Gosto de brincar com o ego das pessoas que me atingem de forma direta ou indireta, desilusão é bem melhor que raiva. Primeiro você faz ela se sentir o máximo, elogia e corre atrás, depois você da corda, escuta as bobeiras e acha graça, (tenha sempre um saco extra de paciência, pois quando ego está muito elevado a velocidade do lançamento de ladainhas vai de 0 a 100 em segundos.), depois, quando o outro menos espera suma, é incrível o tanto que a ausência incomoda, você está pouco se lixando para o movimento de rotação e translação do mundo dela e ela acredita fielmente que o seu parou, e a seqüência é a seguinte: Confiança, duvida, pena, duvida, duvida e desilusão, há casos que usam umas doses a mais de duvidas, mas o final é sempre o mesmo.
Pessoas são pessoas, coisas são coisas que não são pessoas. Amém!

sábado, 1 de maio de 2010

Ultrapasse com segurança

Não gosto de frases prontas, mas testo respostas em frente o espelho pra me preparar para eventuais situações, que de nada adianta, sempre que preciso me faltam palavras para discursar.
A vontade de inovar deve estar no subconsciente, pois tudo que se torna repetitivo me cansa, incomoda e irrita. Rotina é a palavra odiada do momento, me desdobro para conseguir quebra-la, chegando ao ponto de passear descalça com dois cachorros na chuva, para experimentar uma situação “diferente”, não é uma tentativa de ser alternativa, é uma questão de não ser igual, ousadia é a palavra adotada no momento e a que me faz ir além.
A tatuagem do infinito gerou a pergunta chata de se responder “O que é infinito pra você?” e respondo: EU! Nada mais é infinito em minha vida, pessoas, coisas, lugares, amigos, trabalhos eu levo tudo no plural, pois sei que estarei sempre conhecendo e às vezes esquecendo, mas EU sempre vou me acompanhar, criticar, defender e elogiar, sempre, e o meu limite é o infinito.
Parei, olhei pra trás e vi que todas as pedras que estavam no meu caminho fui eu que coloquei, pedia confiança, mas nem eu confiava mim na verdade, soltava gritos de liberdade com freqüência, mas como não havia firmeza nem eu o escutava, precisei de meses de me mim comigo para ver o tanto de coisa que eu ainda quero conquistar, e o tanto que ficaria frustrada se desistisse delas sem lutar, todo dia quando acordo eu dou um nó na corda que amarra a síndrome da inferioridade e decidi, nunca mais vou solta-la.


Podem ser relatos que vão além da mentira e terminam antes da verdade, podem ser, mas não são.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Pequenas coisas grandes

Depois de uma semana conturbada os piripaques da minha mãe era o que estava faltando para me deixar uma semana na pequena cidade. As turbulências constantes da minha cabeça cegaram meus olhos, olhava em volta e me via sozinha e essa semana provou que não. Fui surpreendida com visitas e carinhos inesperados, como foi bom rever o velho amigo e perceber que nada mudou, conhecer pessoas novas, se sentir agradável e agradando, receber ligações na hora que você mais precisava da pessoa que te faz se sentir bem, conhecer a amiga do MSN e descobrir que ela é melhor ainda pessoalmente, ter dois queridos na porta de casa insistindo pra eu sair e declarando o tanto que a minha presença é importante, enfim, foram pequenas declarações de afeto, mas muito importantes pra mim, voltei renovada, cheia de energia, cada abraço que eu dava era uma força nova que me fazia sentir especial, coisa que a tempos não sentia.
Costumo dizer que o que me motiva é a paixão, me apaixono por tudo, por animais, roupas, carros, amigos, família, enfim, acho que melhor que amar é se apaixonar, logo que as mudanças da minha vida começaram eu deixei de me entregar, passei a ser mais racional e fria, acredito que para não deixar transparecer toda carência que estava sentindo, mas não foi uma boa alternativa, a carência só aumentou e com ela veio uma sensibilidade gigantesca, sempre me julguei forte e determinada e nos últimos dois meses só enxergava uma Rafaela frágil e sozinha, que chorava no quarto e depois saia sorrindo pra ninguém perceber, cansei e a melhor decisão que tomei foi a de desabafar, e fiz isso com todos ao meu redor, ouvi besteiras, conselhos, dicas e puxões de orelha, como foi bom, afinal, preciso de uma cabeça boa para encarar as mudanças da nova vida. Infelizmente, só vemos a importância das coisas quando perdemos, tinha esse carinho todos os dias, mas só fui valorizar quando me mudei, acho que foi até bom, pois resolvi ser mais intensa, abraçar mais, cuidar, valorizar os pequenos momentos e declarar a importância dos que são importantes (redundante, mas sincero), enfim, usar a impulsividade em momentos que me farão bem.
Antes tarde do que nunca, percebi que passou da hora de me valorizar e notar as pequenas coisas grandes que a vida me da de presente.
Aqui Jaz uma Rafaela reclamona.

Ps: Abandonei o estágio hoje e o “funk da insatisfação ção ção” parou de tocar. =D

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Funk da insatisfação ção ção

Meu voto vai para quem argumenta melhor, porém minha única justificativa é a insatisfação. Estou tendo que segurar a vontade de criar e expressar idéias e isso é o que anda apagando minha lamparina inspiradora, não sei administrar minha própria vida e nem organizar meus pensamentos, por isso não realizo com êxito as tarefas administrativas, documentações, protocolos, requisições, autenticações e nhé nhé nhé...
Não tenho equilíbrio, gosto de me entregar, acredito que nasci com o cortex pré-frontal invertido, com uma costela a mais também (ou a menos), mas isso não vem ao caso. O desfecho é insatisfação cão ção. Me da um emprego?

quarta-feira, 31 de março de 2010

Questão de lado bom

Não são teorias baseadas em “The Secret” e em nenhuma outra pesquisa é uma questão de “To passando por isso!”.
Não sei aonde ouvi a seguinte frase, “o resultado do jogo é conseqüência da forma que você joga”, acho que nem ouvi, inventei, sei lá, só sei que resolvi aplicar esta idéia de “jogo bem jogado” e tem dado certo, diminuiu minhas manchas roxas de nervoso e aumentou o meu circulo de amizades(ou não). O fato de tentar enxergar ponto positivo em tudo é dificílimo, mas depois de um tempo tentando você pega pratica, e assim, morar com a tia-avó deixa de ser #tensohein e você passa a enxergar além de uma velhinha surda e gaga, se depara com uma pessoa cheia de histórias e de vida, que se maquia pra bailar com o seu ficante (sim, só fica, namorar é muito sério pra ela), quando ao invés de reclamar os 10 quarteirões íngreme de todos os dias pra chegar no clinicas, você observa as condições dos que por lá passam e sem reclamar, pelo contrario, cheios de sorrisos e força. Fui evoluindo aos poucos, há os que nem notaram tal evolução, mas ando me surpreendo, parei com reclamações e comecei a agir, parei com a necessidade de estar acompanhada e me transformei em uma ótima companhia para mim mesma, foi incrível andar e sentar pra comer no shopping sozinha, sendo que até ontem tinham que mudar de trajeto e passar em casa pra me buscar, pois eu travava e não conseguia sair sem companhia, parei de palpitar e me transformei em uma boa ouvinte, parei de sofrer por saudade e comecei a curti-la, parei também de comer no Mc’Donalds e aprendi a gostar da esfiha de carne do habib’s e hoje eu mato a minha fome com apenas R$2,00, a única coisa que falta mudar é a impulsividade, me deixo levar pelo momento, falo tudo o que eu penso e no final me arrependo, preciso parar de esperar que as pessoas sintam por mim o mesmo que sinto por elas, enfim, agir mais com a cabeça e bem menos com coração, preciso ser mais desencanada, parar com essa de “o que vão pensar de mim” e começar pensar mais em mim!
Um alto ajuda escrito por Rafaela Barrozo não tem muita credibilidade, mas a minha intenção não foi essa, só precisava contar que amadureci, bem pouco, mas o suficiente pra ficar mais leve.

terça-feira, 23 de março de 2010

Observandando

Hoje, o que me faz viajar é olhar pela janela da minha sala e observar o ritmo que as coisas andam lá fora. Em frente, temos o prédio azul, onde a menina de cabelos brancos fica com a cabeça pra fora fumando escondido, outro dia ela tinha companhia, acho que era um paquera de trabalho ou algo do tipo, dividiram o mesmo cigarro, se olharam bastante e depois saíram, juro que os imaginei se pegando no corredor, mas achei melhor não me empolgar e pular para a casa ao lado, esta que fica espremida entre dois gigantes de 12 andares, ela é pequena, com paredes descascadas e grades nas janelas, me sufoco só de olhar, sempre imagino uma senhora fazendo inalação em uma cadeira de balanço na sala, não sei porque, só imagino isso, gosto mesmo é do cabeludo que senta para se bronzear e ler, ele sempre aparece depois das 13h, na hora do sol mais radiante, com uma bermudinha cinza e um livro em mãos, senta na cadeira de praia e passa a tarde toda lá, ele parece ser bem legal, tenho vontade de puxar papo, pensei em gritar um “OI” outro dia, mas fiquei com medo de ficar desempregada. O pessoal daqui o chama de mongolzinho, realmente a aparência dele puxa pra este lado, já que se trata de uma moita encaracolada, com peito fundo, corcunda e com aproximadamente 1,80 de altura muito mal distribuído em um chassi de 55kg no máximo. Diferente do regatão que paquera na saída da escola, ele encosta um pé na parede e fica lá o dia todo, tem um topete com gel, braço definido, e só, cérebro não tem, certeza, afinal tem cara de 30 e a mais velha da escola tem 17, acho engraçado o jeito que ele se olha, da conta de ser seu próprio “objeto de desejo”, mesmo que todos o achem um babaca, sai de lá realizado e com cara de sedutor, tem também a senhora que passeia com a mistura de poodle com coisa nenhuma, ela limpa o coco do cachorro, bota numa sacolinha e joga no canto da calçada, meu, que vontade de falar, “já que é pra deixar na rua, nem coloca na sacola (velha filha da puta) senhora, pelo menos assim é mais fácil de biodegradar”, até atravesso a rua quando ela vem chegando, nossa, que raiva que me da.
Depois de duas semanas na empresa descobri uma câmera em cima da minha cabeça, me meteu medo e insegurança, não consigo agir com naturalidade, a ponto de atender ao telefone que não tocou e anotar o recado que ninguém deu, só pra mostrar excelência no serviço, fico imaginando que podem surgir comentários sobre mim, “olha lá, é o 5° café que ela toma”, “Olha o tanto de folha de sulfite que ela estragou”, “cochilou, olha lá, cochilou”. Loucura minha, eu sei, mas não adianta, não consigo mudar. A preocupação de “estão falando de mim” é antiga, espiava a reunião da escola pra ver o que a professora falava pra minha mãe, acho que é mal de quem vem de cidade pequena, “você é o que o povo fala”, sei que aqui é bem diferente, mas eu preciso analisar, é uma tentativa de absorver o que eu vejo de melhor em cada um, funciona bem na teoria, mas na prática são apenas anotações, afinal, pra quem gosta de observar essa cidade é um banquete.

terça-feira, 16 de março de 2010

Psicocôloga

“Criatividade, inteligência pratica, abertura para o mundo, dinamismo e iniciativa pessoal. Procura relacionamentos seguros.” características encontradas em um desenho feito na aula de estudo do consumidor coletivo pela professora psicóloga, logo, ela voltou a falar de fezes, seu assunto predileto. “Tcheco, tcheco, tcheco no cocô e no xixi”.
Sempre tive o costume de observar as pessoas, sou daquelas que confia desconfiando, e foi estranho ser “julgada” por um desenho, mais estranho ainda foi concordar 90% com o que ela disse (nunca concordo 100%). Quando criança freqüentava a psicóloga, devido o meu temperamento difícil, paciência nunca foi o meu forte, desde antes de entender as coisas eu já sofria de ansiedade, tenho fotos com menos de 3 anos riscando a casa com lápis de cor, passando batom na testa e entupindo o vaso sanitário com papel higiênico, enfim, uma criatura adorável. A psicóloga me analisava por desenhos também, um deles rendeu duas tatuagens (mamãe e irmão) e nada além disso. Lembro até hoje o dia que coitada apostou todas as suas fichas em mim com a seguinte pergunta: “Rafaela, qual o seu maior sonho?” parei um pouco, pensei bem e respondi com firmeza: “O meu maior sonho é ser uma Chiquititas”, ahhahaha, que decepção, a consulta acabou 20 minutos mais cedo e pra ser ainda mais ridícula eu confesso que fui pro SBT fazer o teste para ser uma, minha mãe caprichou na maquiagem, escovou meu cabelo e eu não passei, ela veio resmungando a viagem toda “Marmelada filha, marmelada”. Esse teste foi o suficiente para me fazer desistir da carreira de atriz, depois eu quis ser Veterinária, lutadora de boxe, psicóloga, astronauta e hoje estou no 3º ano de Publicidade e Propaganda. Nunca fui de ter idéia fixa, deixei de ser São Paulina para me aproximar dos primos e irmão que são corinthianos, bebia coca na latinha de cerveja pra pagar de alternativa também, hehehehe... Não sou vulnerável, mas mudo com o intuito de ser mais agradável, nem sempre eu consigo, mas tento.

sábado, 13 de março de 2010

O metrô parô

Dia 03 de fevereiro, uma semana em São Paulo, voltando da faculdade com o guarda-chuva virado me assusto com milhares de pessoas jogadas na estação da Sé esperando a água baixar. Desesperador e inspirador, resolvi sentar, observar e escrever, tentei transformar em poema, mas achei melhor deixar como relatos, e ai está, mais um para o meu diário de bordo.
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O Metrô paro

Diferentes rostos, reações e comportamentos.Num dia cansativo, corrido e chuvoso não consigo fazer minha baldeação. Puxo papo com estranhos e troco palavras alheias,
conheço sotaques e histórias de vida.
Uns lêem a bíblia, outros romances e tem também aqueles que catam latinhas.
Anunciam com mega-fone que é preciso manter a calma e isso se resulta em batucadas de fúria.
Catracas e escadas travadas, passagem interditada, de nada adianta, as pessoas parecem brotar do chão, destacam-se os de coletes verdes, que trabalham o tempo todo para normalizar a situação.
Sentada, no sentido Corinthians-Itaquera tive uma experiência nova, observei pessoas que expressam sentimentos de uma forma que nunca vi igual.
Como foi bom, o dia em que o metro parô!

quarta-feira, 10 de março de 2010

Dipirona e Cafeína

Explosão de pensamentos e sentimentos, coisas que nem a cabeça e nem o coração conseguem administrar, cai como uma bomba, quando menos espero e por mais que evito insisto em pensar. Brainstorms constantes e nem sempre produtivos, algumas vezes são apenas palavras jogadas que não formam frases, outras, criações mirabolantes impossíveis de colocá-las na prática. Mas sempre, sempre surpreendentes, bom, pelo menos pra mim né, gostar do que eu crio é mais que minha obrigação.
Tenho problemas de concentração, costumo falhar quando esperam muito de mim, criei uma casca grossa que me envolve toda, deixa apenas os olhos de fora, que é o meu principal instrumento, uso para observar, analisar e até ignorar, esta casca afasta e aproxima pessoas, faz com que eu me proteja dos monstros que aparecem nos meus sonhos acordada, mantenho por perto aqueles que vão além, que garimpam toda grossura envolvente, enxerga o que eu não mostro, e acredita no que eu não me esforço para ser, mas não me frustro com as desistências, pois os animais estão no topo da minha pirâmide de afinidade, seguido das borboletas e só em terceiro as pessoas, decepcionante pra mim é não ser lambida no nariz pelo meu cachorro quando chego de viagem. Tenho cara de pouco caso, fato, mas se eu me apaixono por alguma coisa, tudo muda, abro meu casulo e a guardo num lugar todo especial que os mais entendidos batizaram de coração.
Conquiste-me, sou difícil, mas também vou tentar te conquistar.
Para aliviar as dores de cabeça dipirona, para alimentar a imaginação cafeína, sempre juntas, quase um arroz e feijão em minha vida.

Prazer, Rafaela Barrozo

terça-feira, 9 de março de 2010

Novidades de quem veio da terrinha

A mudança de uma caipira de pouco mais de duas décadas para um novo mundo que vão além dos quarteirões decorados durante sua vida, choca e impressiona.
É tudo muito difícil e fácil, difícil é você precisar de uma centopéia de metal para qualquer lugar que queria ir, sendo que até anteontem a única catraca que tinha passado era a do clube da cidade, fácil é você ter tantas opções para um dia de domingo, que este no interior é dia de aposentado, temos missa, lanche e todos terminam em frente a TV, alguns alternativos tomam tereré na escadaria da prefeitura, mas são minoria, domingo de sorte é quando rola churrasco com os amigos, nossa, ai é aquela alegria, se tiver piscina então, enquanto os dedos não ficarem completamente enrugados a festa não termina. Aqui é diferente, o mundo todo cruza a mesma avenida, seja com comida, bebida ou artista de rua, sotaques são vendidos em bancas de jornal e os de cabeça chata tem preço promocional.
O costume de dar bom dia não funciona por aqui, as pessoas até te olham, mas não te vêem, vão além, enxergam além. É de costume andar como carteiros, a pressa está presente até nas horas de lazer e aqui, não é permitido parar para amarrar os sapatos, pois você é atropelado por uma multidão furiosa com sua lentidão. Sempre ouvi que “é terrível o cheiro da poluição”, discordo, pois ultimamente este é ofuscado pelo cheiro de xixi.
Nossa, quanta coisa eu já aprendi, hoje eu sei que preciso apertar o botão para o ônibus parar, ficar do lado direito da escada rolante, que só é seguro pedir informação para os que usam o uniforme listrado e que NUNCA devo tirar a sombrinha da bolsa.
Confesso, é estressante, cansativo e assustador, mas estou amando essa nova rotina. Voltar, agora, somente nas datas riscadas de vermelho.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Tenho um blog e agora?


A coragem se juntou com a vontade e eu acabei fazendo um blog, a pouco tempo dei uma reviravolta e ganhei de presente uma vida mais interessante, acho que criei este para relatar, desabar, indicar e chatear com todas as minhas bobagens emocionais quem por aqui passa.
Não tenho um português coloquial correto, isso era o que me impedia de publicar o que eu escrevo, coloco virgula onde não deve também, mas quem liga? Cá estou, e se você teve paciência de ler até aqui, jurão que volta??
*Dipirona e cafeína?? Depois eu finjo que explico e você finge que entende, ok??