terça-feira, 14 de junho de 2011

Tradicional conversa de inverno

O mundo está doente de amor, e aqueles que não estão em busca dos coquetéis que levam a cura deste mal são chamados de insensíveis. Mas para todo mal há um bem, para todo escuro há um claro, para todo sim há um não. Quem anda soprando palavras desmotivantes nos ouvidos alheios durante o sono? Porque as crises existenciais andam afetando até mesmos os que aparentavam ser bem resolvidos em tudo? Aliás, é possível ser bem resolvido em tudo? E caso seja, este “tudo” tem graça em seu todo?
Inverno desperta carência, e não acho que isso seja culpa do status solteiro, ou melhor, tenho certeza que não, o fato do dia dos namorados estar dentro dele não faz com que os sei lá quantos outros dias sejam estragados, é mais que isso, o drama é muito maior, e me arrisco dizer que o termômetro interno anda bem mais gelado do que os que ficam expostos. A solidão anda batendo por mais bem acompanhada que esteja... Eita, perai, estou falando em primeira pessoa? Hmm... Sim, em primeira pessoa! Afinal não foi feito nenhum focus group pra ter resultados estatisticamente comprovados. Tive um dos finais de semana mais caseiros de todos os tempos, e não foi daqueles caseiros com todos em casa, foi um daqueles caseiros sozinha em casa. Foi bom, ruim, bom, 2 vezes ruins e 3 vezes bons, ruim na parte que eu fiquei pensando demais na vida e bom na parte que eu pensei demais na vida. Nenhuma conclusão me levou a ações imediatas, até porque o que me faz agir imediatamente é a impulsividade e pra botar essa em prática eu não preciso tirar um final de semana pra pensar.
Sexta- feira foi o dia mais difícil, eu estava parecendo um urso polar numa geleira praticamente derretida no meio do oceano, desesperada, sem saber o que fazer, com vontade de voltar pra casa, mas com receio de me jogar no mar congelante e morrer afogada. Sai com uns amigos e três copos de cerveja somados com a malemolência da crise foram o suficiente para retardar ainda mais a maquinaria do meu processador. Já era claro quando consegui dormir, antes, peguei o telefone para ligar pra várias pessoas, mas desistia de apertar o “verdinho” pelo fato de saber que não conseguiria explicar o que estava acontecendo, tão pouco entender. Mas dormir é o melhor remédio para acordar bem, despertei quase que no meio da tarde do outro dia, me sentindo uma idiota pelos espasmos de nervoso que estavam me perturbando até algumas horas atrás, vi que não quero voltar, lamentei ter procurado pessoas erradas para desabafar, sentei, comi 5 bisnaguinhas e passei a tarde reclamando dos programas de TV.
A moral da história é que não há moral alguma nesta história, sofri por nada, recusei as ligações do celular porque tinha resolvido que aquele dia era o de se sentir sozinha, mas eu estava comigo, acompanhada pelos meus pensamentos, ideias, vontades, lagrimas e o rendimento a todo esse vazio seria uma falta de consideração com meu Eu.
Não prometo parar com essas quedas de astral, prometo apenas que vou me esforçar pra sair mais madura delas.
Se eu não fui e antes de chegar desisti de ir é porque já sei aonde é o meu lugar.