terça-feira, 26 de abril de 2011

Suspiros

E a transformação que um feriado prolongado faz em nossas vidas?
Fui pra casa mal recuperada da virada cultural (que foi incrivelmente inesquecível) muitíssimo bem acompanhada de amigos paulistanos. Pegamos transito, mas isso retardou em apenas 45 minutos do que estava previsto, chegamos de madrugada, cidade extremamente vazia, nem parecia véspera de feriado, como de costume eu não queria dormir, mas fomos obrigados, já que os conterrâneos não agüentaram esperar, mas antes, gastamos quase uma hora observando o céu, e que céu! Foram 3 dias com uma constelação fascinante, minha vontade era colocar um colchão no chão, cobrir com o edredom e adormecer, mas o feito foi outro, bem menos intenso e poético.
União definiria muitíssimo bem o que significou esses dias, confirmei mais uma vez que tenho uma família incrível, fiz, refiz, vi e revi amigos, me apaixonei, desapaixonei, reapaixonei e voltei amando, dei abraços longos, apertados e confortantes, rimos, cantamos, gritamos, somamos, fizemos bordões e musiquinhas engraçadas. Foi tudo tão simples, dava até passar despercebido, mas está dando nó de saudade.
Eu poderia ter descansado neste feriado, mas resolvi me encantar, ainda bem, voltei com as energias recarregadas e o coração tranqüilo.
Obrigada Pirajuí, até o próximo!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Não quero dor, quero estrela!

E as estrelas? Qual a graça das estrelas? A magia, o feitiço? Como chego até elas?
Por que não a lua? Muito mais brilhante e imponente, quando cheia então, bem mais encantadora. Tem histórias, mitos, se encaixa em músicas e declarações, por que não a lua?
Não, eu quero as estrelas!
Quero guardá-las em uma caixa vermelha aveludada, usar a luz como abajur, nomeá-las, viver mais uma vida observando sua perfeição da janela do meu quarto, e imaginando quantos mais olhares e pensamentos estão sendo gastos naquele momento.
Que graça tem um céu sem estrelas? Por que não se mostram o dia todo? E se ao invés de sol tivéssemos um amontoado delas?
Eu não sei o que penso quando olho pro céu, e nem o que sinto quando deixo de olhar, sei que me prendo nas estrelas, pois são mágicas, feiticeiras!

terça-feira, 5 de abril de 2011

Meu anjo bochechudo

Família a gente não escolhe, nem quando temos essa chance, o destino ou qualquer outra força maior coloca em nossas vidas aquele ser do tamanho exato da necessidade.
E foi exatamente assim, depois de muita insistência, no auge da minha rebeldia que convenci a família toda que precisávamos de um cachorro. Chegamos a casa daquela família incrível aonde uma boxer caramelo bem parecida com que eu tinha perdido meses atrás veio nos receber, botando ordem no pedaço e defendendo a cria. Adorei a filhotinha Mel, gordinha e meiga como a mãe, e decidi, vamos levar. Já estava de saída quando tropecei naquela coisinha rajada mordendo minha Melissa, bati o pé no chão e ele soltou um mega latido, abanou o rabo tão forte que chegou a deitar de lado, me conquistou, tive certeza naquela troca de olhares que era Ele!
A gente se amou naquele segundo, eu já sabia que tinha ganhado um companheiro. Mal educado, fujão, bagunceiro e elétrico, na primeira semana em casa ele destruiu vários pacotes de papeis higiênico, chinelos, mastigou as latinhas de comida, rolou em uma assadeira de gordura e deixou claro que seria uma figurinha inesquecível em nossas vidas, amigo, presente nas fases mais importantes, odiava briga, toda vez que ouvia gritos se desesperava latindo e pulando, matador profissional de baratas, parece que sabia do meu medo, me olhava com aquela cara de “fique tranqüila, eu te protejo.” Esteve presente nos meus encontros escondidos e nos meus churrascos com amigos, aonde chegava passar mal com tanta carne que ganhava, tinha um olhar que desarmava, eram 3 kg de lingüiça pra ele e o que sobrava era nosso. Ele sempre soube da minha fraqueza, na vez que minha mãe saiu pra uma viagem e eu não conseguia dormir sozinha era ele que estava na cama, do meu lado, pegando no sono só depois de mim.
Difícil de acreditar, ele era um cachorro adestrado. Deitava, rolava, dava a pata, sentava e andava mancando, foi até convidado pra desfilar com a policia militar, mas nunca deixou de fazer xixi nas coisas, impossível calcular quantos lençóis jogamos fora, sem contar as inúmeras vezes que tivemos de lavar travesseiros e toalhas de mesa, minha mãe ameaçou durante toda sua vida “VOU COLOCAR ESSE CACHORRO NA RUAAAAA!” e ele sempre deitava com as patas na cara fingindo não ser o protagonista do problema.
Não consigo aceitar que não tenho mais esse carinho, que não vou mais ser recebida aos gritos e nem ter com quem sentar na varanda até de madrugada, perdi um dos amigos mais fiéis que tive durante toda minha vida, um amigo que nunca se ausentou, um amigo que não sai da cabeça e nem do coração.

Obrigada grande Thor por tudo que fez por nós, saudades eternas, vá com Deus!