Gosto de ser surpreendida, mas não estava preparada pra tanto. Começou no domingo, quase que passou despercebido, na segunda já me rendeu um role de cadeira de rodas e um profenid na veia, terça encarnei a fortaleza, resisti com sorrisos o dia todo, quarta-feira desabei, hemograma, ultra sonografia, tomografia, endoscopia, colonoscopia, enfim, 8 dias de internação, ganhei frutas, ursinhos, perdi quilos e veias, fiz amizade com o hospital todo, chamava os enfermeiros por apelidos e contava piadas, esse contato ajudou no tratamento das minha crises, sou hiperativa, gritos, choros e socos na cama faziam parte dos meus dias. Nunca tinha ficado doente, o único remédio que fazia parte da minha vida era a dipirona e um paracetamol nos dias de gripe, acho que isso já justifica o medo que passei, foram 8 dias de noites claras, recebendo de 4 em 4 horas uma medicação diferente, sofrendo e rindo com as reações, tive ânsia, crise de riso, sono, agitação, moleza, visão turva, sem contar os dois sedativos que tomei e não me fizeram dormir, pelo contrario, contei minha vida toda e falei umas besteiras comprometedoras..
A sensibilidade chegou ao extremo, toda vez que o celular tocava eu chorava, mas pior eram as vezes que ele parava de tocar, como os minutos são longos naquele quarto branco e como uma palavra de carinho faz uma diferença enorme. Mudei meu ponto de vista sobre tudo, comida, natureza, amigos e programas de TV, juro que consegui ver lado com até na Palmirinha.
Existe Rafaela pós internação e se antes ela caia de cabeça hoje cai de corpo, alma e coração.
Parabéns querida pela ótima recuperação!