quarta-feira, 31 de março de 2010

Questão de lado bom

Não são teorias baseadas em “The Secret” e em nenhuma outra pesquisa é uma questão de “To passando por isso!”.
Não sei aonde ouvi a seguinte frase, “o resultado do jogo é conseqüência da forma que você joga”, acho que nem ouvi, inventei, sei lá, só sei que resolvi aplicar esta idéia de “jogo bem jogado” e tem dado certo, diminuiu minhas manchas roxas de nervoso e aumentou o meu circulo de amizades(ou não). O fato de tentar enxergar ponto positivo em tudo é dificílimo, mas depois de um tempo tentando você pega pratica, e assim, morar com a tia-avó deixa de ser #tensohein e você passa a enxergar além de uma velhinha surda e gaga, se depara com uma pessoa cheia de histórias e de vida, que se maquia pra bailar com o seu ficante (sim, só fica, namorar é muito sério pra ela), quando ao invés de reclamar os 10 quarteirões íngreme de todos os dias pra chegar no clinicas, você observa as condições dos que por lá passam e sem reclamar, pelo contrario, cheios de sorrisos e força. Fui evoluindo aos poucos, há os que nem notaram tal evolução, mas ando me surpreendo, parei com reclamações e comecei a agir, parei com a necessidade de estar acompanhada e me transformei em uma ótima companhia para mim mesma, foi incrível andar e sentar pra comer no shopping sozinha, sendo que até ontem tinham que mudar de trajeto e passar em casa pra me buscar, pois eu travava e não conseguia sair sem companhia, parei de palpitar e me transformei em uma boa ouvinte, parei de sofrer por saudade e comecei a curti-la, parei também de comer no Mc’Donalds e aprendi a gostar da esfiha de carne do habib’s e hoje eu mato a minha fome com apenas R$2,00, a única coisa que falta mudar é a impulsividade, me deixo levar pelo momento, falo tudo o que eu penso e no final me arrependo, preciso parar de esperar que as pessoas sintam por mim o mesmo que sinto por elas, enfim, agir mais com a cabeça e bem menos com coração, preciso ser mais desencanada, parar com essa de “o que vão pensar de mim” e começar pensar mais em mim!
Um alto ajuda escrito por Rafaela Barrozo não tem muita credibilidade, mas a minha intenção não foi essa, só precisava contar que amadureci, bem pouco, mas o suficiente pra ficar mais leve.

terça-feira, 23 de março de 2010

Observandando

Hoje, o que me faz viajar é olhar pela janela da minha sala e observar o ritmo que as coisas andam lá fora. Em frente, temos o prédio azul, onde a menina de cabelos brancos fica com a cabeça pra fora fumando escondido, outro dia ela tinha companhia, acho que era um paquera de trabalho ou algo do tipo, dividiram o mesmo cigarro, se olharam bastante e depois saíram, juro que os imaginei se pegando no corredor, mas achei melhor não me empolgar e pular para a casa ao lado, esta que fica espremida entre dois gigantes de 12 andares, ela é pequena, com paredes descascadas e grades nas janelas, me sufoco só de olhar, sempre imagino uma senhora fazendo inalação em uma cadeira de balanço na sala, não sei porque, só imagino isso, gosto mesmo é do cabeludo que senta para se bronzear e ler, ele sempre aparece depois das 13h, na hora do sol mais radiante, com uma bermudinha cinza e um livro em mãos, senta na cadeira de praia e passa a tarde toda lá, ele parece ser bem legal, tenho vontade de puxar papo, pensei em gritar um “OI” outro dia, mas fiquei com medo de ficar desempregada. O pessoal daqui o chama de mongolzinho, realmente a aparência dele puxa pra este lado, já que se trata de uma moita encaracolada, com peito fundo, corcunda e com aproximadamente 1,80 de altura muito mal distribuído em um chassi de 55kg no máximo. Diferente do regatão que paquera na saída da escola, ele encosta um pé na parede e fica lá o dia todo, tem um topete com gel, braço definido, e só, cérebro não tem, certeza, afinal tem cara de 30 e a mais velha da escola tem 17, acho engraçado o jeito que ele se olha, da conta de ser seu próprio “objeto de desejo”, mesmo que todos o achem um babaca, sai de lá realizado e com cara de sedutor, tem também a senhora que passeia com a mistura de poodle com coisa nenhuma, ela limpa o coco do cachorro, bota numa sacolinha e joga no canto da calçada, meu, que vontade de falar, “já que é pra deixar na rua, nem coloca na sacola (velha filha da puta) senhora, pelo menos assim é mais fácil de biodegradar”, até atravesso a rua quando ela vem chegando, nossa, que raiva que me da.
Depois de duas semanas na empresa descobri uma câmera em cima da minha cabeça, me meteu medo e insegurança, não consigo agir com naturalidade, a ponto de atender ao telefone que não tocou e anotar o recado que ninguém deu, só pra mostrar excelência no serviço, fico imaginando que podem surgir comentários sobre mim, “olha lá, é o 5° café que ela toma”, “Olha o tanto de folha de sulfite que ela estragou”, “cochilou, olha lá, cochilou”. Loucura minha, eu sei, mas não adianta, não consigo mudar. A preocupação de “estão falando de mim” é antiga, espiava a reunião da escola pra ver o que a professora falava pra minha mãe, acho que é mal de quem vem de cidade pequena, “você é o que o povo fala”, sei que aqui é bem diferente, mas eu preciso analisar, é uma tentativa de absorver o que eu vejo de melhor em cada um, funciona bem na teoria, mas na prática são apenas anotações, afinal, pra quem gosta de observar essa cidade é um banquete.

terça-feira, 16 de março de 2010

Psicocôloga

“Criatividade, inteligência pratica, abertura para o mundo, dinamismo e iniciativa pessoal. Procura relacionamentos seguros.” características encontradas em um desenho feito na aula de estudo do consumidor coletivo pela professora psicóloga, logo, ela voltou a falar de fezes, seu assunto predileto. “Tcheco, tcheco, tcheco no cocô e no xixi”.
Sempre tive o costume de observar as pessoas, sou daquelas que confia desconfiando, e foi estranho ser “julgada” por um desenho, mais estranho ainda foi concordar 90% com o que ela disse (nunca concordo 100%). Quando criança freqüentava a psicóloga, devido o meu temperamento difícil, paciência nunca foi o meu forte, desde antes de entender as coisas eu já sofria de ansiedade, tenho fotos com menos de 3 anos riscando a casa com lápis de cor, passando batom na testa e entupindo o vaso sanitário com papel higiênico, enfim, uma criatura adorável. A psicóloga me analisava por desenhos também, um deles rendeu duas tatuagens (mamãe e irmão) e nada além disso. Lembro até hoje o dia que coitada apostou todas as suas fichas em mim com a seguinte pergunta: “Rafaela, qual o seu maior sonho?” parei um pouco, pensei bem e respondi com firmeza: “O meu maior sonho é ser uma Chiquititas”, ahhahaha, que decepção, a consulta acabou 20 minutos mais cedo e pra ser ainda mais ridícula eu confesso que fui pro SBT fazer o teste para ser uma, minha mãe caprichou na maquiagem, escovou meu cabelo e eu não passei, ela veio resmungando a viagem toda “Marmelada filha, marmelada”. Esse teste foi o suficiente para me fazer desistir da carreira de atriz, depois eu quis ser Veterinária, lutadora de boxe, psicóloga, astronauta e hoje estou no 3º ano de Publicidade e Propaganda. Nunca fui de ter idéia fixa, deixei de ser São Paulina para me aproximar dos primos e irmão que são corinthianos, bebia coca na latinha de cerveja pra pagar de alternativa também, hehehehe... Não sou vulnerável, mas mudo com o intuito de ser mais agradável, nem sempre eu consigo, mas tento.

sábado, 13 de março de 2010

O metrô parô

Dia 03 de fevereiro, uma semana em São Paulo, voltando da faculdade com o guarda-chuva virado me assusto com milhares de pessoas jogadas na estação da Sé esperando a água baixar. Desesperador e inspirador, resolvi sentar, observar e escrever, tentei transformar em poema, mas achei melhor deixar como relatos, e ai está, mais um para o meu diário de bordo.
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O Metrô paro

Diferentes rostos, reações e comportamentos.Num dia cansativo, corrido e chuvoso não consigo fazer minha baldeação. Puxo papo com estranhos e troco palavras alheias,
conheço sotaques e histórias de vida.
Uns lêem a bíblia, outros romances e tem também aqueles que catam latinhas.
Anunciam com mega-fone que é preciso manter a calma e isso se resulta em batucadas de fúria.
Catracas e escadas travadas, passagem interditada, de nada adianta, as pessoas parecem brotar do chão, destacam-se os de coletes verdes, que trabalham o tempo todo para normalizar a situação.
Sentada, no sentido Corinthians-Itaquera tive uma experiência nova, observei pessoas que expressam sentimentos de uma forma que nunca vi igual.
Como foi bom, o dia em que o metro parô!

quarta-feira, 10 de março de 2010

Dipirona e Cafeína

Explosão de pensamentos e sentimentos, coisas que nem a cabeça e nem o coração conseguem administrar, cai como uma bomba, quando menos espero e por mais que evito insisto em pensar. Brainstorms constantes e nem sempre produtivos, algumas vezes são apenas palavras jogadas que não formam frases, outras, criações mirabolantes impossíveis de colocá-las na prática. Mas sempre, sempre surpreendentes, bom, pelo menos pra mim né, gostar do que eu crio é mais que minha obrigação.
Tenho problemas de concentração, costumo falhar quando esperam muito de mim, criei uma casca grossa que me envolve toda, deixa apenas os olhos de fora, que é o meu principal instrumento, uso para observar, analisar e até ignorar, esta casca afasta e aproxima pessoas, faz com que eu me proteja dos monstros que aparecem nos meus sonhos acordada, mantenho por perto aqueles que vão além, que garimpam toda grossura envolvente, enxerga o que eu não mostro, e acredita no que eu não me esforço para ser, mas não me frustro com as desistências, pois os animais estão no topo da minha pirâmide de afinidade, seguido das borboletas e só em terceiro as pessoas, decepcionante pra mim é não ser lambida no nariz pelo meu cachorro quando chego de viagem. Tenho cara de pouco caso, fato, mas se eu me apaixono por alguma coisa, tudo muda, abro meu casulo e a guardo num lugar todo especial que os mais entendidos batizaram de coração.
Conquiste-me, sou difícil, mas também vou tentar te conquistar.
Para aliviar as dores de cabeça dipirona, para alimentar a imaginação cafeína, sempre juntas, quase um arroz e feijão em minha vida.

Prazer, Rafaela Barrozo

terça-feira, 9 de março de 2010

Novidades de quem veio da terrinha

A mudança de uma caipira de pouco mais de duas décadas para um novo mundo que vão além dos quarteirões decorados durante sua vida, choca e impressiona.
É tudo muito difícil e fácil, difícil é você precisar de uma centopéia de metal para qualquer lugar que queria ir, sendo que até anteontem a única catraca que tinha passado era a do clube da cidade, fácil é você ter tantas opções para um dia de domingo, que este no interior é dia de aposentado, temos missa, lanche e todos terminam em frente a TV, alguns alternativos tomam tereré na escadaria da prefeitura, mas são minoria, domingo de sorte é quando rola churrasco com os amigos, nossa, ai é aquela alegria, se tiver piscina então, enquanto os dedos não ficarem completamente enrugados a festa não termina. Aqui é diferente, o mundo todo cruza a mesma avenida, seja com comida, bebida ou artista de rua, sotaques são vendidos em bancas de jornal e os de cabeça chata tem preço promocional.
O costume de dar bom dia não funciona por aqui, as pessoas até te olham, mas não te vêem, vão além, enxergam além. É de costume andar como carteiros, a pressa está presente até nas horas de lazer e aqui, não é permitido parar para amarrar os sapatos, pois você é atropelado por uma multidão furiosa com sua lentidão. Sempre ouvi que “é terrível o cheiro da poluição”, discordo, pois ultimamente este é ofuscado pelo cheiro de xixi.
Nossa, quanta coisa eu já aprendi, hoje eu sei que preciso apertar o botão para o ônibus parar, ficar do lado direito da escada rolante, que só é seguro pedir informação para os que usam o uniforme listrado e que NUNCA devo tirar a sombrinha da bolsa.
Confesso, é estressante, cansativo e assustador, mas estou amando essa nova rotina. Voltar, agora, somente nas datas riscadas de vermelho.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Tenho um blog e agora?


A coragem se juntou com a vontade e eu acabei fazendo um blog, a pouco tempo dei uma reviravolta e ganhei de presente uma vida mais interessante, acho que criei este para relatar, desabar, indicar e chatear com todas as minhas bobagens emocionais quem por aqui passa.
Não tenho um português coloquial correto, isso era o que me impedia de publicar o que eu escrevo, coloco virgula onde não deve também, mas quem liga? Cá estou, e se você teve paciência de ler até aqui, jurão que volta??
*Dipirona e cafeína?? Depois eu finjo que explico e você finge que entende, ok??