terça-feira, 27 de setembro de 2011

Quem se programa não vive de surpresas.

As malas estavam prontas para passar mais um final de semana na pacata Pirajuí, eis que surge a possibilidade de ir ao rock in rio no dia do metal com acompanhante, meus olhos brilharam, mandei uma sms convite e recebi um “eu topo” de cara, conseguimos passagens e convencer minha mãe a financiar esta loucura que parecia ser a parte mais difícil, certamente não foi, ela curtiu a idéia e me desejou uma excelente viagem, momento tão feliz que parecia ter som de guitarras no fundo.
Animação passada por osmose, um amigo pirou com a idéia e decidiu que queria ir junto, no sábado a tarde eu corri o centro de São Paulo todo atrás de convites e nada, mas como o mundo conspira a favor do rock’n roll, no finado orkut, após verificar cento e tantas páginas ele encontra o tão desejado ingresso e mais uma vez com direito a acompanhante, enfim, 4 convites comprados de ultima hora por preço inacreditável, as coisas deram certo do jeito mais errado.
Sábado, 22h30, 3 amigos, 3 passagens, 4 ingressos em mãos, destino: Rio de Janeiro. Quando pisamos em terras cariocas, logo após o xixi, parei pra pensar na loucura que estava acontecendo. Rodoviária do Rio de Janeiro, 4 horas da manhã, fome, uma mochila gigantesca nas costas lotada de coisas inúteis, sono e tudo que mais queríamos era um lugar sossegado pra sentar e cochilar, pois sim, achamos, enquanto um cochilava o outro foi buscar um café e eu me mantive hiperativamente acordada pensando em algo para fazer, no final do café acordamos o tripulante que já estava babando com a brilhante idéia de conhecer Copacabana, R$60,00 pra um taxista maluco de 70 anos, tatuado, formado em 3 faculdades, nunca bebeu e nem fumou que não sabe nome de rua e nem a diferença de direita e esquerda. A neblina era tanta que não foi possível ver o Cristo, tiramos algumas fotos no famosíssimo calçadão, fizemos amizade com algumas gaivotas, encontramos um conhecido de São Paulo passeando de bicicleta 6 horas da manhã ao som de Red Hot Chili Peppers e fomos a procura de uma maneira de ir até a cidade do rock que estava bem longe dali, 40 minutos esperando o ônibus no ponto errado e sendo atacada por um pombo fortemente armado, mais 20 esperando no ponto certo e nada, pegamos uma van que demorou quase uma hora pra chegar em um terminal onde tínhamos que pegar um outro ônibus até a cidade do rock, neste meio tempo passamos pela favela da rocinha e conseguimos tirar os passageiros do sério com tantas piadas de paulistas caipiras e babacas.
O terminal parecia reunião da família Adams, todo mundo de preto, maquiado, cheio de correntes, enfim, estávamos no lugar certo, mais uma hora de espera na fila, compramos o “bus car” e tocamos com um motorista estilo “velozes e furiosos”. 12h30, chegamos, estávamos entre os primeiros, mas entramos quase junto com a cavalaria, pois o outro integrante da trupe demorou um tiquinho pra chegar. 15h passamos a catraca e demos um abraço coletivamente aliviado, CONSEGUIMOS, eu nunca fui pra Disney, mas deve ser a mesma sensação, só que com a temática diferente, parecíamos crianças, encantados e desacreditando de tudo...
Vimos Angra, Sepultura, Motorhead, Slipknot, Metallica, dormimos no chão, fizemos dancinhas estranhas, fotos com desconhecidos, xaveco em troca de chocolates, filas, enfim, tudo muito perfeito.
3h30 da manhã partimos de táxi rumo a rodoviária assistindo reprise do show do Motorhead a 140 km/h na linha vermelha com os comentários do taxista; “este é o ponto que acontecem os tiroteios”. Pegamos o ônibus das 4h30 de volta para a São Paulo e só acordamos na rodoviária do Tiete, era o fim do nosso emocionante e cansativo final de semana.
Eu não sabia que os que estavam comigo eram tão queridos, não sabia que eram as pessoas certas para aquele momento, não sabia que seria tão incrível.
Uma madrugada me deu a possibilidade de embarcar pra aventura mais incrível da minha vida, um momento de impulsividade me fez topar e levar 3 malucos juntos, agradeço a minha insônia e a todos os envolvidos.
Rock in Rio 2011, fomos!