segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Que o pouco seja muito e que não haja muito

Apague a luz, encoste as costas na cama, cruze as pernas, feche os olhos e pense, pense em tudo que não deveria pensar, se culpe de tudo que há de errado, se desmereça, faça de coitado, tente encontrar respostas para perguntas sem respostas, diga que não é capaz, não consegue, não merece e mais uma vez pergunte com lágrimas nos olhos olhando para cima “POR QUÊ?”.
Se esconda, afaste-se de qualquer pessoa que queira trazer conforto, mostre que é dono do maior problema já visto e que nada, nem ninguém conseguirão ajudar, abuse das frases “você não entende” e “só eu sei o que estou passando”, ouça musicas tristes, se identifique com os personagens mais deprimidos dos filmes, chore, chore muito, de soluçar, chore até que as lágrimas desçam queimando pelo rosto, até que a boca inche e as bochechas fiquem vermelhas com manchas brancas, levante-se, ande de um lado para o outro, caia na cama novamente e chore mais, dê socos no travesseiro, sofra, sofra e sofra, quando as lágrimas estiverem secando e a respiração voltando ao normal, procure mais, sofra mais. Tenha a pior dor do mundo, viva a pior energia do mundo, sinta-se a pior pessoa do mundo, faça segundos pesarem como horas e o dia valer por uma vida, permita que o mal te domine, mas não deixe durar mais que um dia. Que o pouco seja muito e que não haja muito.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Tradicional conversa de inverno

O mundo está doente de amor, e aqueles que não estão em busca dos coquetéis que levam a cura deste mal são chamados de insensíveis. Mas para todo mal há um bem, para todo escuro há um claro, para todo sim há um não. Quem anda soprando palavras desmotivantes nos ouvidos alheios durante o sono? Porque as crises existenciais andam afetando até mesmos os que aparentavam ser bem resolvidos em tudo? Aliás, é possível ser bem resolvido em tudo? E caso seja, este “tudo” tem graça em seu todo?
Inverno desperta carência, e não acho que isso seja culpa do status solteiro, ou melhor, tenho certeza que não, o fato do dia dos namorados estar dentro dele não faz com que os sei lá quantos outros dias sejam estragados, é mais que isso, o drama é muito maior, e me arrisco dizer que o termômetro interno anda bem mais gelado do que os que ficam expostos. A solidão anda batendo por mais bem acompanhada que esteja... Eita, perai, estou falando em primeira pessoa? Hmm... Sim, em primeira pessoa! Afinal não foi feito nenhum focus group pra ter resultados estatisticamente comprovados. Tive um dos finais de semana mais caseiros de todos os tempos, e não foi daqueles caseiros com todos em casa, foi um daqueles caseiros sozinha em casa. Foi bom, ruim, bom, 2 vezes ruins e 3 vezes bons, ruim na parte que eu fiquei pensando demais na vida e bom na parte que eu pensei demais na vida. Nenhuma conclusão me levou a ações imediatas, até porque o que me faz agir imediatamente é a impulsividade e pra botar essa em prática eu não preciso tirar um final de semana pra pensar.
Sexta- feira foi o dia mais difícil, eu estava parecendo um urso polar numa geleira praticamente derretida no meio do oceano, desesperada, sem saber o que fazer, com vontade de voltar pra casa, mas com receio de me jogar no mar congelante e morrer afogada. Sai com uns amigos e três copos de cerveja somados com a malemolência da crise foram o suficiente para retardar ainda mais a maquinaria do meu processador. Já era claro quando consegui dormir, antes, peguei o telefone para ligar pra várias pessoas, mas desistia de apertar o “verdinho” pelo fato de saber que não conseguiria explicar o que estava acontecendo, tão pouco entender. Mas dormir é o melhor remédio para acordar bem, despertei quase que no meio da tarde do outro dia, me sentindo uma idiota pelos espasmos de nervoso que estavam me perturbando até algumas horas atrás, vi que não quero voltar, lamentei ter procurado pessoas erradas para desabafar, sentei, comi 5 bisnaguinhas e passei a tarde reclamando dos programas de TV.
A moral da história é que não há moral alguma nesta história, sofri por nada, recusei as ligações do celular porque tinha resolvido que aquele dia era o de se sentir sozinha, mas eu estava comigo, acompanhada pelos meus pensamentos, ideias, vontades, lagrimas e o rendimento a todo esse vazio seria uma falta de consideração com meu Eu.
Não prometo parar com essas quedas de astral, prometo apenas que vou me esforçar pra sair mais madura delas.
Se eu não fui e antes de chegar desisti de ir é porque já sei aonde é o meu lugar.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Mãe é o nome do título

Você pediu uma amiga e me mandaram de presente, não sei se foi dos melhores, mas pra mim, sem sombra de duvidas foi, é e sempre será.
A minha vida sempre foi tentar absorver um pouquinho de você, me espelhar nesta força e te orgulhar. Briguenta, brava, tradicional teimosia espanhola, sorriso e abraço tímido, dona de um dos corações mais lindos.
Eu queria te parabenizar, mas só consigo agradecer. Obrigada por me abraçar quando sinto medo, por fazer-me sentir grande sempre que estou desanimada, por ter orgulho até mesmo dos meus erros... Desculpa por não ter sido a melhor aluna, pelos problemas na época de escola, pelos sustos que fazia você passar sempre que me machucava, por falar tanto palavrão, não arrumar o quarto e bagunçar o resto dos cômodos, infinitas desculpas, principalmente por ter te deixado há um ano e pouco atrás, mas foi a saída que encontrei para que de alguma forma recompensasse toda felicidade que sempre me proporcionou. Eu viveria no escuro se fosse capaz de te dar meu sol de presente! Amo-te, amiga, confidente, companheira, mãe!

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Ferormônio

Cheiro, uma das coisas que mais me chamam atenção, cada um para qual...
Cheirinho de café faz-me lembrar da vovó, de chuva me deixa com vontade de ir pra casa, e com o de gasolina recordo de quando pegávamos estrada no final da tarde pra passar o carnaval na praia.
Tantas coisas, tantas pessoas, tantos momentos, tantos cheiros. Nem todos me agradam, tem aqueles, que por melhor que sejam, lembram momentos ruins e aqueles outros que dão a sensação de borboletas no estomago.
Teve a vez que a entrega foi tanta que pude sentir saudade do cheiro que ainda não conhecia e surpreendentemente ele era exatamente como imaginava.
Feijão cozidinho na hora lembra minha mãe, livro antigo lembra o primeiro estágio, pão de queijo lembra os amigos da antiga faculdade e leite puro tem cheirinho de filhote.
Não é do perfume que estou falando, mas acho interessante quando é borrifado nos presentes. Cheiro encanta, prende, conquista e agrada. É uma fraqueza, o diferencial!
Acredite nos amores a primeira vista, mas invista naqueles ao primeiro cheiro.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Texto 1- tentativa nº15

Apaga a luz e bota a valsa de Amelie pra tocar.
...
Qual é a pauta?
O frio está terrível! Sento pra assistir TV de cachecol. Meu time perdeu, descobri que tenho um sopro no coração e reprovei no curso de conceitos.
Ok, mas qual é a pauta?
Cheguei ao resultado de que como hambúrguer pelo menos três vezes por semana, que TCC faz a gente chorar por nada e que as carpas crescem de acordo com o espaço aonde vivem. Aquário pequeno, carpa pequena, lago grande, carpa grande...

Estou tentando escrever desde domingo, não rola, exagero na emoção ou no sarcasmo.

É, outra linha.
Outra
E mais outra.

Só sei que se tivesse descoberto antes que sou chata e tenho a voz irritante o choque teria sido menor, eu não sentiria vergonha de mim e nem...ah, deixa pra lá.

A lua ta linda, vocês viram?

segunda-feira, 9 de maio de 2011

A mãe postiça.

Não é sangue do meu sangue, nem tia de 3º grau, pode ser que a explicação que ela criou seja verdadeira, de que foi minha mãe em outras vidas, ou a minha, de que fomos lavadeiras que fofocavam na beira do rio, bom, independente, eu me considero filha e ela se considera mãe.

Fazia uns dois meses que não via aqueles olhos azuis e a saudade era grande dos dois lados, sai pra comprar um presente que fosse a cara dela, e voltei com um que tem a minha cara, não adianta, eu sempre compro coisas que eu usaria.

Fui recebida com um sorriso gigante e ganhei um abraço que me amoleceu, como pode um ser tão pequenininho me deixar tão travada? Olhamo-nos, choramos, falamos e ouvimos tudo que precisávamos naquele momento, foi mágico! E quando a estrutura estava quase recuperada chega o pai postiço com os olhos também cheios, pronto, foi a mesma cena, só que desta vez em tamanho maior.

A sensação de fazer alguém feliz sendo exatamente do jeito que sou é indescritível. Gosto quando a vida nos permite escolher as pessoas que queremos que façam parte da nossa história, gosto quando percebo que fiz a escolha certa.



Pensei em agradecer, mas não precisa!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Mas, porém, contudo, todavia...

Se inspiração tem nome e sobrenome, neste caso coloquei até apelido.
Está acontecendo novamente!
Disse-me uma grande amiga “Você precisa de Freud, não é normal esse gosto por problemas”, ok, mas não é gosto, sei lá, deve ser atração... Seja como for, está acontecendo novamente!
Trabalhando com a sobriedade, a impossibilidade de dar certo está clara como a luz do sol, mas cego é aquele que não quer enxergar e eu estou sofrendo de catarata.
Pra que amarrar o balão na realidade se no fantástico mundo de Rafaela o vôo é bem mais interessante?
Não descarto a possibilidade de hipersensibilidade causada pela gripe, nem o contrário. Descarto a possibilidade de descartar momentos. O coração ta disparando e mais uma vez é o que basta!

Mas e se...