segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Que o pouco seja muito e que não haja muito

Apague a luz, encoste as costas na cama, cruze as pernas, feche os olhos e pense, pense em tudo que não deveria pensar, se culpe de tudo que há de errado, se desmereça, faça de coitado, tente encontrar respostas para perguntas sem respostas, diga que não é capaz, não consegue, não merece e mais uma vez pergunte com lágrimas nos olhos olhando para cima “POR QUÊ?”.
Se esconda, afaste-se de qualquer pessoa que queira trazer conforto, mostre que é dono do maior problema já visto e que nada, nem ninguém conseguirão ajudar, abuse das frases “você não entende” e “só eu sei o que estou passando”, ouça musicas tristes, se identifique com os personagens mais deprimidos dos filmes, chore, chore muito, de soluçar, chore até que as lágrimas desçam queimando pelo rosto, até que a boca inche e as bochechas fiquem vermelhas com manchas brancas, levante-se, ande de um lado para o outro, caia na cama novamente e chore mais, dê socos no travesseiro, sofra, sofra e sofra, quando as lágrimas estiverem secando e a respiração voltando ao normal, procure mais, sofra mais. Tenha a pior dor do mundo, viva a pior energia do mundo, sinta-se a pior pessoa do mundo, faça segundos pesarem como horas e o dia valer por uma vida, permita que o mal te domine, mas não deixe durar mais que um dia. Que o pouco seja muito e que não haja muito.

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